A China tem em sua posse mais criptomoedas do que a maioria dos governos reconhece que existem, provenientes principalmente de apreensões relacionadas à fraude PlusToken, que colapsou em 2019. De acordo com uma sentença do Tribunal Popular Intermediário de Yancheng, Jiangsu, em 2020, as autoridades confiscou quantidades significativas de diversas criptomoedas, incluindo Bitcoin, Ethereum, XRP e Dogecoin, entre outras.
A fraude do PlusToken começou em 2018, quando um grupo de golpistas, supostamente da Coreia do Sul, mas baseado na China, lançou um aplicativo que prometia retornos mensais entre 9% e 18%. O aplicativo era promovido como uma carteira e plataforma de investimento em criptomoedas, operando sob um modelo de marketing multinível.
Mais de dois milhões de pessoas caíram na armadilha, enviando criptomoedas para a plataforma na esperança de obter altas recompensas. No entanto, não havia operações reais nem lucros, apenas dinheiro novo utilizado para pagar aos investidores iniciais.
A meio de 2019, os utilizadores começaram a relatar que não conseguiam retirar os seus fundos. As investigações revelaram que as carteiras estavam a ser esvaziadas e os fundos transferidos. As autoridades chinesas agiram rapidamente, prendendo 27 membros principais da equipa do PlusToken e 82 pessoas mais ligadas ao caso.
O destino das criptomoedas apreendidas
Após as detenções e as apreensões, o tribunal determinou que os fundos seriam “processados de acordo com a lei e as receitas e lucros seriam confiscados para o tesouro nacional”. No entanto, não foram fornecidas informações públicas sobre como, quando ou se os ativos foram vendidos, o que gerou anos de especulação.
Até janeiro de 2025, não está claro oficialmente se a China ainda mantém esses ativos ou se foram vendidos. No entanto, alguns analistas on-chain sugerem ter rastreado o movimento dos fundos. Ki Young Ju, CEO da CryptoQuant, afirmou que os dados on-chain mostram que o Bitcoin foi transferido para exchanges como a Gate pouco depois da sua apreensão.
A postura da China em relação às criptomoedas
Enquanto o caso PlusToken se desenrolava, o governo central da China intensificava seu controle sobre o setor cripto. Desde 2013, as autoridades começaram a restringir o apoio bancário às exchanges de criptomoedas. Em 2017, proibiram as ofertas iniciais de moedas (ICOs) e ordenaram o fechamento das principais exchanges.
Em maio de 2021, o vice-primeiro-ministro Liu He anunciou uma repressão contra a mineração e o comércio de bitcoin, citando riscos para a estabilidade financeira e preocupações ambientais. Em setembro do mesmo ano, o Banco Popular da China declarou ilegais todas as transações com criptomoedas, encerrando efetivamente toda a atividade legal de criptomoedas no país.
Hong Kong: uma abordagem diferente
Em contraste com a postura restritiva da China continental, Hong Kong tornou-se um terreno fértil para o desenvolvimento das criptomoedas. Importantes atores do setor, como a Gate, estabeleceram operações na cidade. Os comerciantes aproveitaram as diferenças de preços entre regiões para realizar arbitragem, enquanto os desenvolvedores encontraram formas de operar dentro do quadro regulatório.
A aposta da China na tecnologia blockchain
Apesar da proibição das criptomoedas, a liderança chinesa não abandonou a tecnologia subjacente. Em outubro de 2019, o presidente Xi Jinping instou a tratar a blockchain como uma tecnologia central e promoveu mais pesquisa e investimento na área. O governo incluiu a blockchain no plano quinquenal oficial em 2021, embora o enfoque tenha se centrado na tecnologia empresarial e nos sistemas centralizados, não nos ativos cripto.
Um exemplo destacado é a Rede de Serviços Blockchain (BSN), desenvolvida pela Red Date Technology. O CEO da empresa, He Yifan, destacou que a BSN agora se concentra na identidade digital baseada em blockchain, permitindo transações sem compartilhar informações pessoais com terceiros, uma tecnologia projetada para funcionar sem criptomoedas.
Perspectivas futuras
Alguns especialistas acreditam que a porta para as criptomoedas na China não está completamente fechada. He Yifan sugere que, se for permitido aos usuários do continente utilizar exchanges licenciadas em Hong Kong, a cidade poderia se tornar o centro global das criptomoedas, desde que certas linhas vermelhas sejam respeitadas.
Enquanto isso, outros países, como os Estados Unidos, estão adotando posturas mais favoráveis em relação às criptomoedas. O presidente Trump, em seu segundo mandato, tem impulsionado uma plataforma pró-cripto e assinou uma ordem executiva para criar uma reserva estratégica de bitcoin para os EUA, como parte de sua estratégia para liderar o setor cripto global.
Vestígios do passado cripto da China
A história das criptomoedas na China remonta a 2012, quando um usuário conhecido como Friedcat anunciou o lançamento de uma empresa para fabricar hardware ASIC para a mineração de bitcoin. Embora a empresa, ASICMiner, tenha tido sucesso inicial, eventualmente colapsou após queixas sobre pagamentos não cumpridos e máquinas não entregues.
Mesmo após as proibições, ainda se observam movimentos na blockchain que lembram os primeiros dias do cripto na China. Por exemplo, após as eleições presidenciais de 5 de novembro de 2024, um antigo endereço de Bitcoin vinculado a Friedcat enviou mais de 206 BTC, avaliados em 19,6 milhões de dólares, marcando o primeiro movimento importante desse endereço em sete anos.
Esta página pode conter conteúdos de terceiros, que são fornecidos apenas para fins informativos (sem representações/garantias) e não devem ser considerados como uma aprovação dos seus pontos de vista pela Gate, nem como aconselhamento financeiro ou profissional. Consulte a Declaração de exoneração de responsabilidade para obter mais informações.
Como é que a China possui 194 mil BTC, 487 milhões de XRP, 833 mil ETH, 6 mil milhões de DOGE e muito mais em criptomoedas?
A China tem em sua posse mais criptomoedas do que a maioria dos governos reconhece que existem, provenientes principalmente de apreensões relacionadas à fraude PlusToken, que colapsou em 2019. De acordo com uma sentença do Tribunal Popular Intermediário de Yancheng, Jiangsu, em 2020, as autoridades confiscou quantidades significativas de diversas criptomoedas, incluindo Bitcoin, Ethereum, XRP e Dogecoin, entre outras.
A fraude do PlusToken começou em 2018, quando um grupo de golpistas, supostamente da Coreia do Sul, mas baseado na China, lançou um aplicativo que prometia retornos mensais entre 9% e 18%. O aplicativo era promovido como uma carteira e plataforma de investimento em criptomoedas, operando sob um modelo de marketing multinível.
Mais de dois milhões de pessoas caíram na armadilha, enviando criptomoedas para a plataforma na esperança de obter altas recompensas. No entanto, não havia operações reais nem lucros, apenas dinheiro novo utilizado para pagar aos investidores iniciais.
A meio de 2019, os utilizadores começaram a relatar que não conseguiam retirar os seus fundos. As investigações revelaram que as carteiras estavam a ser esvaziadas e os fundos transferidos. As autoridades chinesas agiram rapidamente, prendendo 27 membros principais da equipa do PlusToken e 82 pessoas mais ligadas ao caso.
O destino das criptomoedas apreendidas
Após as detenções e as apreensões, o tribunal determinou que os fundos seriam “processados de acordo com a lei e as receitas e lucros seriam confiscados para o tesouro nacional”. No entanto, não foram fornecidas informações públicas sobre como, quando ou se os ativos foram vendidos, o que gerou anos de especulação.
Até janeiro de 2025, não está claro oficialmente se a China ainda mantém esses ativos ou se foram vendidos. No entanto, alguns analistas on-chain sugerem ter rastreado o movimento dos fundos. Ki Young Ju, CEO da CryptoQuant, afirmou que os dados on-chain mostram que o Bitcoin foi transferido para exchanges como a Gate pouco depois da sua apreensão.
A postura da China em relação às criptomoedas
Enquanto o caso PlusToken se desenrolava, o governo central da China intensificava seu controle sobre o setor cripto. Desde 2013, as autoridades começaram a restringir o apoio bancário às exchanges de criptomoedas. Em 2017, proibiram as ofertas iniciais de moedas (ICOs) e ordenaram o fechamento das principais exchanges.
Em maio de 2021, o vice-primeiro-ministro Liu He anunciou uma repressão contra a mineração e o comércio de bitcoin, citando riscos para a estabilidade financeira e preocupações ambientais. Em setembro do mesmo ano, o Banco Popular da China declarou ilegais todas as transações com criptomoedas, encerrando efetivamente toda a atividade legal de criptomoedas no país.
Hong Kong: uma abordagem diferente
Em contraste com a postura restritiva da China continental, Hong Kong tornou-se um terreno fértil para o desenvolvimento das criptomoedas. Importantes atores do setor, como a Gate, estabeleceram operações na cidade. Os comerciantes aproveitaram as diferenças de preços entre regiões para realizar arbitragem, enquanto os desenvolvedores encontraram formas de operar dentro do quadro regulatório.
A aposta da China na tecnologia blockchain
Apesar da proibição das criptomoedas, a liderança chinesa não abandonou a tecnologia subjacente. Em outubro de 2019, o presidente Xi Jinping instou a tratar a blockchain como uma tecnologia central e promoveu mais pesquisa e investimento na área. O governo incluiu a blockchain no plano quinquenal oficial em 2021, embora o enfoque tenha se centrado na tecnologia empresarial e nos sistemas centralizados, não nos ativos cripto.
Um exemplo destacado é a Rede de Serviços Blockchain (BSN), desenvolvida pela Red Date Technology. O CEO da empresa, He Yifan, destacou que a BSN agora se concentra na identidade digital baseada em blockchain, permitindo transações sem compartilhar informações pessoais com terceiros, uma tecnologia projetada para funcionar sem criptomoedas.
Perspectivas futuras
Alguns especialistas acreditam que a porta para as criptomoedas na China não está completamente fechada. He Yifan sugere que, se for permitido aos usuários do continente utilizar exchanges licenciadas em Hong Kong, a cidade poderia se tornar o centro global das criptomoedas, desde que certas linhas vermelhas sejam respeitadas.
Enquanto isso, outros países, como os Estados Unidos, estão adotando posturas mais favoráveis em relação às criptomoedas. O presidente Trump, em seu segundo mandato, tem impulsionado uma plataforma pró-cripto e assinou uma ordem executiva para criar uma reserva estratégica de bitcoin para os EUA, como parte de sua estratégia para liderar o setor cripto global.
Vestígios do passado cripto da China
A história das criptomoedas na China remonta a 2012, quando um usuário conhecido como Friedcat anunciou o lançamento de uma empresa para fabricar hardware ASIC para a mineração de bitcoin. Embora a empresa, ASICMiner, tenha tido sucesso inicial, eventualmente colapsou após queixas sobre pagamentos não cumpridos e máquinas não entregues.
Mesmo após as proibições, ainda se observam movimentos na blockchain que lembram os primeiros dias do cripto na China. Por exemplo, após as eleições presidenciais de 5 de novembro de 2024, um antigo endereço de Bitcoin vinculado a Friedcat enviou mais de 206 BTC, avaliados em 19,6 milhões de dólares, marcando o primeiro movimento importante desse endereço em sete anos.